Em
tempos que discutimos as sucessivas quedas nos números de alunos em nossas
escolas, a qualidade do ensino oferecido, as condições de trabalho e
valorização de nossos profissionais da educação e o papel desses profissionais
em nossa sociedade, assim como o desempenho dos mesmos na difícil tarefa de
educar, nos deparamos com situações muito comuns em escolas e cidades de nosso
país, situações essas que demonstram como temos muito ainda que avançar no
sentido de colocar a educação como prioridade máxima dos governos e da
sociedade.
A
situação a ser descrita acontece na maior escola do município de Várzea Nova,
escola essa que estará completando no próximo dia 16 de abril exatos 43 anos de
uma longa e linda história na arte de educar. Com 43 anos o CEJSO, assim
conhecido carinhosamente, ainda permanece com parte de sua estrutura da época
dos seus primeiros anos de glória, janelas, portas, piso, entre outras marcas do
tempo, apesar das sucessivas “reformas” muito pouco se mudou no que se diz
respeito às condições em que nossos professores e alunos ministram e assistem
suas aulas. Como vítimas dessas condições ultrapassadas a comunidade escolar
sofre em tempos de calor escaldante, são alunos que reclamam e professores que
se sacrificam ao máximo tentando prender a atenção dos discentes.
Diante
desse quadro o CEJSO adquiriu em 2013 ventiladores e aparelhos de
ares-condicionados que deveriam ser instalados nas salas de aula e no auditório da
escola, o que contribuiria para amenizar as difíceis condições do ambiente de
sala de aula e de nosso espaço de eventos. Pois é, depois de aproximadamente um
ano os ventiladores e os aparelhos continuam encaixados a espera de uma ação
para instalá-los. Lembro que em um passado não muito distante ventiladores
foram comprados e diante da “dificuldade” os mesmos foram remanejados para
outros ambientes da escola e outros foram parar em outros órgãos públicos, me
parece que mais uma vez ficaremos no quase.
Se
de um lado as escolas conseguem parte de sua autonomia financeira, de outro
esbarram na burocracia das gestões que não conseguem sequer colocar em prática
ação até certo ponto simples, pois as mesmas dispõem de profissionais
capacitados para funções nas diferentes áreas. Com isso sobra cobrança dos
gestores escolares e falta ação por parte da gestão, e os alunos e
profissionais e alunos que poderiam ser beneficiados são penalizados.
Não
podemos esquecer e perder de vista que o CEJSO é um exemplo claro de falta de
um projeto sério na nossa educação nas últimas décadas, desde 2005 foram nove
diretores diferentes que passaram pela sua gestão, com isso falta saber onde
queremos chegar, como e em quanto tempo isso deve ser alcançado. Estamos em um
avião com comandante, tripulantes e passageiros, mas sem um plano de voo, sem
destino, e pior, perdendo clientela ano após ano.
Na
condição de professor e ex-diretor dessa casa educacional tão importante para a
nossa cidade fico triste com essa situação, espero que possamos repensar nossa
forma de pensar nossas escolas, contribuindo com nossos gestores escolares na
difícil tarefa de conduzi-las.
O
CEJSO ao completar 43 anos deveria receber de presente uma nova cara, cara essa
que combine com os novos tempos, com as novas necessidades e realidades. Temos
uma clientela formada por muitas crianças carentes, vítimas de uma sociedade
que as exclui e as marginalizam, essas crianças merecem o mínimo de cuidado.
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