Juvenal Payaya (primeiro à esquerda) |
Durante o evento sobre a implantação da UFCD (Universidade Federal da Chapada Diamantina) em Morro do Chapéu o professor Gedeão teve o prazer de reencontrar o ex-diretor do Centro Educacional João de Souza Oliveira o professor e atual cacique de uma comunidade indígena na cidade de Utinga Juvenal Payaya. O último encontro com nosso ex-diretor tinha acontecido na Semana de Arte de Utinga em 2004 quando o cacique presenteou o professor Gedeão com o livro Ilíada de Homero. No dia de hoje tive o prazer de reencontrá-lo e saborear um pouco de seus conhecimentos hoje voltados para a preservação da cultura indígena na região e convidá-lo a voltar a Várzea Nova para rever a comunidade e quem sabe nos ajudar a sensibilizar nossa população no sentido de preservação de suas memórias e de seu meio ambiente. O cacique Juvenal Payaya foi diretor do CEJSO entre a primeira e a segunda metade dos anos 80.
Gedeão Morais
Confira abaixo uma matéria sobre a comunidade Payaya de Utinga.
Produção de mudas gera renda para
índios Payaya em Utinga
Uma unidade de
produção de mudas implantada na comunidade indígena de Payaya, no município de
Utinga, Território da Chapada Diamantina, vem se consolidando, efetivamente,
como atividade geradora de emprego e renda para dezenas de famílias que, antes,
sem perspectivas econômicas, eram obrigadas a sair de sua região em busca de
alternativas de trabalho em outros municípios e estados do país.
O
projeto, que vem mudando a realidade dos índios Payaya, é executado pela
Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa da Secretaria
estadual de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir), no âmbito do
Programa de Combate à Pobreza Rural (PCPR)/Produzir. A atividade, desenvolvida
com empenho pela comunidade, inclui desde a coleta de sementes de árvores nativas
e espécies em processo de extinção ao reflorestamento da Chapada Diamantina.
De
acordo com o cacique Juvenal Payaya, o projeto “já está criando raízes e
transformando a realidade do povo Payaya de Utinga”. Ele diz que a comunidade
que viu, por séculos, seus filhos e irmãos partirem dessa região para
sobreviver, vive um momento de esperança. “Quem partiu e esperava um dia voltar
já tem a possibilidade ver esse sonho virar realidade”, salienta.
O
líder indígena conta ainda que com a chegada da água, do viveiro e de toda a
estrutura, quatro famílias já passaram a morar mais próximo à unidade. “Agora
já é possível fixar as famílias nessa região, que sempre pertenceu a nossos
ancestrais. Esse projeto nos permite programar um futuro para nossos filhos”, destaca.
O
responsável pela Unidade de Produção de Mudas, Oto Payaya, lembra que, durante
muito tempo, o povo Payaya saía da comunidade em busca de emprego para
conseguir sobreviver, produzindo e comercializando artesanato ou atuando com
outras profissões. “Com a chegada do projeto vai ser possível voltar a viver na
região, trabalhar e construir uma nova vida”, ressalta.
Para
que a Unidade de Produção de Mudas pudesse ser consolidada, foram incluídos no
projeto a implantação de um sistema de abastecimento de água, um viveiro
coberto com tela, com capacidade de produção anual de 100 mil mudas, um viveiro
a céu aberto para rustificação das mudas, a construção de sanitários masculino
e feminino, um sistema de irrigação automatizado para a área dos viveiros e a aquisição
de 100 mil sacos para mudas.
Outros benefícios
Com
a conclusão do projeto, que foi pensado para atender as necessidades da
comunidade, visando o melhor custo benefício, a água, elemento indispensável
para o sucesso da iniciativa, passou a ser captada do Rio Utinga, bombeada para
o reservatório com capacidade de 100m³ e distribuída por gravidade para a
aldeia, alimentando os sistemas de irrigação do viveiro e as demais instalações
da unidade.
Destacam-se,
entre os benefícios trazidos pela implantação da Unidade de Produção de Mudas,
o reflorestamento da Chapada Diamantina, o cultivo de ervas medicinais,
tradicionalmente usadas pelos povos indígenas, o uso, em potencial, para
paisagismo e jardinagem e para a agricultura familiar, visando a própria subsistência
e comercialização da produção excedente.
Valnira
Payaya, moradora da comunidade, fala da importância de trabalhar com as ervas
medicinais e do aumento gradativo da produção de plantas para esse fim.
“Estamos cultivando plantas como Alho Japonês (Nirá), Cebolinha, Pata de Vaca,
Hortelã, Alecrim, Babosa, Hisbisco e Tansagem, que, usadas com o devido
cuidado, podem tratar de problemas de saúde como o diabetes, processos
inflamatórios e gripe, entre outros”, diz.
A
Unidade de Produção de Mudas já possui sementes como as de Açoita Cavalo, Pau
Ferro, Barbatimão, Umbaúba, Umburana de Cambão, Tamboril, Jenipapo, Mutamba,
Jatobá do Serrado, Murta, Olho de Cabra, Canafístula, Saboneteira, Sucupira de
Caatinga, Maniçoba, Mulungu, Aroeira, Jabuticaba, Tento, Flamboyant ou Acácia,
Moringa, Jambo Branco e Arruda.
Fonte: www.car.ba.gov.br
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