terça-feira, 26 de agosto de 2014

EX-DIRETOR DO CEJSO É CACIQUE INDÍGENA

Juvenal Payaya (primeiro à esquerda)
Durante o evento sobre a implantação da UFCD (Universidade Federal da Chapada Diamantina) em Morro do Chapéu o professor Gedeão teve o prazer de reencontrar o ex-diretor do Centro Educacional João de Souza Oliveira o professor e atual cacique de uma comunidade indígena na cidade de Utinga Juvenal Payaya. O último encontro com nosso ex-diretor tinha acontecido na Semana de Arte de Utinga em 2004 quando o cacique presenteou o professor Gedeão com o livro Ilíada de Homero. No dia de hoje tive o prazer de reencontrá-lo e saborear um pouco de seus conhecimentos hoje voltados para a preservação da cultura indígena na região e convidá-lo a voltar a Várzea Nova para rever a comunidade e quem sabe nos ajudar a sensibilizar nossa população no sentido de preservação de suas memórias e de seu meio ambiente. O cacique Juvenal Payaya foi diretor do CEJSO entre a primeira e a segunda metade dos anos 80.
Gedeão Morais

Confira abaixo uma matéria sobre a comunidade Payaya de Utinga.

Produção de mudas gera renda para índios Payaya em Utinga
Uma unidade de produção de mudas implantada na comunidade indígena de Payaya, no município de Utinga, Território da Chapada Diamantina, vem se consolidando, efetivamente, como atividade geradora de emprego e renda para dezenas de famílias que, antes, sem perspectivas econômicas, eram obrigadas a sair de sua região em busca de alternativas de trabalho em outros municípios e estados do país.
O projeto, que vem mudando a realidade dos índios Payaya, é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa da Secretaria estadual de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir), no âmbito do Programa de Combate à Pobreza Rural (PCPR)/Produzir. A atividade, desenvolvida com empenho pela comunidade, inclui desde a coleta de sementes de árvores nativas e espécies em processo de extinção ao reflorestamento da Chapada Diamantina.
De acordo com o cacique Juvenal Payaya, o projeto “já está criando raízes e transformando a realidade do povo Payaya de Utinga”. Ele diz que a comunidade que viu, por séculos, seus filhos e irmãos partirem dessa região para sobreviver, vive um momento de esperança. “Quem partiu e esperava um dia voltar já tem a possibilidade ver esse sonho virar realidade”, salienta.
O líder indígena conta ainda que com a chegada da água, do viveiro e de toda a estrutura, quatro famílias já passaram a morar mais próximo à unidade. “Agora já é possível fixar as famílias nessa região, que sempre pertenceu a nossos ancestrais. Esse projeto nos permite programar um futuro para nossos filhos”, destaca.
O responsável pela Unidade de Produção de Mudas, Oto Payaya, lembra que, durante muito tempo, o povo Payaya saía da comunidade em busca de emprego para conseguir sobreviver, produzindo e comercializando artesanato ou atuando com outras profissões. “Com a chegada do projeto vai ser possível voltar a viver na região, trabalhar e construir uma nova vida”, ressalta.
Para que a Unidade de Produção de Mudas pudesse ser consolidada, foram incluídos no projeto a implantação de um sistema de abastecimento de água, um viveiro coberto com tela, com capacidade de produção anual de 100 mil mudas, um viveiro a céu aberto para rustificação das mudas, a construção de sanitários masculino e feminino, um sistema de irrigação automatizado para a área dos viveiros e a aquisição de 100 mil sacos para mudas.
Outros benefícios
Com a conclusão do projeto, que foi pensado para atender as necessidades da comunidade, visando o melhor custo benefício, a água, elemento indispensável para o sucesso da iniciativa, passou a ser captada do Rio Utinga, bombeada para o reservatório com capacidade de 100m³ e distribuída por gravidade para a aldeia, alimentando os sistemas de irrigação do viveiro e as demais instalações da unidade.
Destacam-se, entre os benefícios trazidos pela implantação da Unidade de Produção de Mudas, o reflorestamento da Chapada Diamantina, o cultivo de ervas medicinais, tradicionalmente usadas pelos povos indígenas, o uso, em potencial, para paisagismo e jardinagem e para a agricultura familiar, visando a própria subsistência e comercialização da produção excedente.
Valnira Payaya, moradora da comunidade, fala da importância de trabalhar com as ervas medicinais e do aumento gradativo da produção de plantas para esse fim. “Estamos cultivando plantas como Alho Japonês (Nirá), Cebolinha, Pata de Vaca, Hortelã, Alecrim, Babosa, Hisbisco e Tansagem, que, usadas com o devido cuidado, podem tratar de problemas de saúde como o diabetes, processos inflamatórios e gripe, entre outros”, diz.
A Unidade de Produção de Mudas já possui sementes como as de Açoita Cavalo, Pau Ferro, Barbatimão, Umbaúba, Umburana de Cambão, Tamboril, Jenipapo, Mutamba, Jatobá do Serrado, Murta, Olho de Cabra, Canafístula, Saboneteira, Sucupira de Caatinga, Maniçoba, Mulungu, Aroeira, Jabuticaba, Tento, Flamboyant ou Acácia, Moringa, Jambo Branco e Arruda.
 Fonte: www.car.ba.gov.br

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