E NOSSA EDUCAÇÃO, COMO ESTÁ?
Há cerca de dois anos
realizamos uma análise da situação em que nossa educação se encontrava e como
resultado, propomos que os candidatos a prefeito para o quadriênio 2013-2016
assinassem uma Carta Compromisso com a nossa categoria. O documento foi
assinado por ambos e cabe a nós, principais interessados e preocupados com
nossa educação, fazer um balanço depois de percorrermos aproximadamente metade
do caminho.
A verdade é que o
“compromisso” não tem sido cumprido, levando em consideração que são quatorze
pontos que deveriam nortear as políticas públicas para a educação nesses quatro
anos e que em pouquíssimos houve algum tipo de avanço, significa que
continuamos a mercê da chamada “prioridade para a educação”. Os pontos da carta
não abrangem tudo o que pensamos ou necessitamos para avançar, até mesmo porque
nesse período novas demandas surgiram, estamos agora debatendo o nosso PNE e
suas vinte metas, relacionados com nossas realidades, dessa forma, avançar é
urgente e necessário para nos adequar aos novos tempos.
E nesse novo tempo, quais
motivos nos impedem de avançar? Enquanto se propaga que somos economicistas,
devemos sim trabalhar com amor, mas por um salário digno, e não apenas por amor
como muitos o fizeram, estamos há muitos anos sem uma formação continuada para
os nossos professores, salve as oferecidas pelo governo federal. Enquanto
assistimos a queda brusca de alunos e a falência do nosso turno noturno, as
nossas escolas continuam com estruturas obsoletas, quando “são” reformadas não mudam
muito.
A respeito da queda no
número de alunos cabe uma análise mais aguçada e um debate mais aprofundado,
até mesmo por que à medida que o número de alunos foi caindo os valores
recebidos através do fundo que mantêm a nossa educação básica foram aumentando.
Em 2011 recebemos através do Fundeb o equivalente a R$ 5.652.396,86, em 2012 R$
5.728.324,79, em 2013 R$ 5.907.352,00, em 2014 R$ 6.613.064,12 e para esse ano
a previsão é de receber 7.501.472,06. Então cabe a nós refletirmos se o que
falta é recurso ou um planejamento verdadeiramente sério em busca de melhorar a
nossa educação? Enquanto nossas escolas públicas perdem alunos pelos mais
variados motivos as escolas privadas avançam nesse quesito.
A situação se agrava se
levarmos em consideração a defasagem de nossas leis, a inoperância dos
conselhos de controle social, mesmo sabendo que alguns membros se esforçam na
busca pelo acompanhamento, a ausência de meritocracia, já que professor que
estuda e se capacita por conta própria não recebe nenhum incentivo em sua
carreira, a ausência da família no acompanhamento de seus filhos na escola, a
violência contra profissionais da educação, o estado doentio em que muitos de
nós nos encontramos diante desse quadro, entre outras situações que tornam
nossa profissão de educadores cada vez mais difícil, e não estamos falando
apenas de professores, e sim de todos os profissionais das nossas escolas.
Avançamos quando reduzimos a
carga horária dos docentes e coordenadores e passou-se a cumprir a lei do piso
em sua totalidade em 2014, quando o município em parceria com os governos
estadual e federal aderiu a programas de atendimento a alunos e profissionais
das séries iniciais e demais profissionais ligados à educação, mas é muito
pouco diante da nova educação que se deseja alcançar, precisamos tratar a nossa
educação de fato como prioridade ou estaremos fadados ao fracasso.
Nesse início de ano nos
deparamos com outro retrocesso que é a não continuidade da concessão da licença
de um de nossos servidores para exercer o mandato classista, retrocesso em não
reconhecer o trabalho de uma entidade de classe na busca de novos horizontes
para a nossa educação e do papel dos que estão à sua frente, resultado de um
processo político que envolve cabeças pequenas diante da grandiosidade do mundo
à sua volta.
Mas, voltando a nossa
pergunta, como está nossa educação? A essa pergunta cabe a cada um de nós
respondermos e analisarmos. Não podemos perder de vista que fazemos parte desse
projeto, que devemos fazer nosso papel, nos autoavaliar e termos consciência
que o que nos une é o amor pela nossa profissão, ou seja, com e por amor.
A coordenação
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